domingo, 31 de julho de 2011

Uma família - Grandes Marcas - CALOI

século XIX...




Em 1898, Luigi Caloi, um italiano cujo sonho era fazer a melhor bicicleta utilizando a tecnologia mais avançada que alguém pudesse imaginar na época, veio da Itália com seu cunhado Agenor Poletti, um mecânico muito hábil. Abriram a Casa Poletti & Caloi, um estabelecimento que alugava, consertava e reformava bicicletas de corrida do Clube Atlético Paulistano em São Paulo. Quatro anos depois, Luigi se tornou representante exclusivo da fábrica italiana de bicicletas Bianchi no Brasil. Em 1924, ele faleceu e a nova sociedade, agora chamada Casa Irmãos Caloi, formada por seus filhos, Henrique, Guido e José Pedro, durou pouco. Guido ficou sozinho com a empresa, que passou a ser conhecida como Casa Luiz Caloi.

Em 1948, mesmo com a volta da importação após II Guerra, a empresa agora chamada Indústria e Comércio de Bicicletas Caloi, manteve sua fabricação, passando a produzir suas bicicletas no Brasil com a inauguração da primeira fábrica de bicicletas do país. No ano de 1953, ocorreu o lançamento da linha Fiorentina que tinha aro 26" (novidade para a época), freio a varão, bagageiro e vinha com uma utilíssima bolsa para ferramentas sob o selim, em couro. Em 1955 foi o ano em que o Sr. Guido Caloi faleceu, dando lugar à 3ª geração da família na direção da indústria; o Sr. Bruno Antônio Caloi.
Berlineta - 1979


A bicicleta Berlineta dobrável lançada no final da década de 60, possuía aro 20 e se tornou moda nos anos 70 entre o público jovem. Suas características compactas, aliadas ao fato de ser dobrável, fizeram dela uma ótima opção para uso urbano. Tinha bagageiro na traseira e guidão alto, para o conforto do ciclista. Na década de 70 ocorreu a consolidação e expansão da marca no mercado brasileiro e internacional como sinônimo de bicicletas, além de várias novidades como a famosa e inesquecível Caloi 10, com quadro baseado nas Biachi San Remo. Era a primeira vez que um cidadão comum podia adquirir uma “bicicleta de corrida”, com 10 marchas. Outra novidade foi a Caloi Barra Forte, uma bicicleta robusta e resistente com quadro em aço carbono, desenvolvida para levar o ciclista com segurança e conforto, que se tornou referência histórica no segmento de transporte. Depois foi a vez da Caloi Jovem com aro 24". Pouco depois, o lançamento da Extralight marcou a chegada do BMX ao Brasil, em 1978. As rodas eram no tamanho 20" com pneus biscoito. As partes de alumínio da Extralight eram coloridas (inédito na época) e tinha rotor na caixa de direção.
No ano seguinte foi à vez da Caloi Ceci, primeira bicicleta feminina do mercado brasileiro. A cestinha na dianteira sempre foi à marca registrada deste modelo. O comercial de televisão desta bicicleta trazia a atriz Bruna Lombardi como garota propaganda. Foi também nesta década, no ano de 1975, em franca expansão, que a CALOI inaugurou mais uma fábrica no país. Localizada em Manaus, a nova unidade industrial destinava-se à produção de bicicletas de alto valor agregado.
No ano de 1990 a CALOI inaugurou uma subsidiária nos Estados Unidos, localizada em Jacksonville, no estado da Flórida, começando a comercializar bicicletas no mercado americano. Outro importante fato para sua expansão internacional nesta época foi o patrocínio ao heptacampeão do Tour de rance, o americano Lance Amstrong, na equipe Motorola/Caloi. Até a abertura do mercado brasileiro, em 1992, a CALOI tinha como única concorrente a Monark. As duas se alternavam na liderança das vendas, mas fim da década de 80, a empresa consolidou sua vantagem e chegou ao recorde de produção de 2.2 milhões de unidades. Depois da abertura, o mercado do pedal ficou muito mais competitivo e a CALOI passou a enfrentar grandes problemas. Mesmo com uma situação financeira delicada, em 1997 expande seus negócios, ingressando no segmento de Home Fitness, com o lançamento de uma linha de equipamentos de ginástica com esteiras e stepper. Em pouco mais de cinco anos, a CALOI assume a liderança de mercado no segmento home fitness e reafirma sua posição de liderança no mercado de bicicletas.

A empresa foi dirigida pela família Caloi até o ano de 1999, quando a família vendeu a maioria acionária para Edson Vaz Musa, respeitado administrador de empresas. A partir de então, a CALOI partiu para um novo desafio: ser sinônimo de bicicletas e também de fitness, agregando saúde, esporte e lazer à marca Em 2006, a CALOI inaugurou uma moderna fábrica em Atibaia, desativando a antiga unidade da Avenida Guido Caloi. Líder de mercado, em 2008 a CALOI comemorou 110 anos comercializando mais de 700 mil bicicletas e 100 mil unidades de aparelhos para home fitness por ano, e lançando um novo posicionamento da marca com o slogan“Caloi. Movimentando a Vida”.

A evolução visual...

Em 2000, a CALOI apresentou uma nova identidade visual completamente remodelada. O novo logotipo, bem diferente do anterior, consolidou a nova fase da CALOI, posicionando-se como uma empresa destinada à vida saudável.
Propagandas que fizeram história

O slogan “Não esqueça a minha Caloi”, criado e adotado nas campanhas publicitárias que a empresa realizou em 1978, ficou marcado na memória do público brasileiro até hoje. O nome desse personagem, um dos mais ilustres da publicidade brasileira - Zigbim - surgiu a partir da campanha promocional realizada em 1990. A distribuição dos famosos bilhetinhos pela casa inteira com o slogan “Não esqueça a minha Caloi” acompanhou milhares de crianças em sua incansável batalha para ganhar de presente a sua bicicleta.




Dados corporativos


● Origem: Brasil;● Fundação: 1898● Fundador: Luigi Caloi e Agenor Poletti● Sede mundial: São Paulo, Brasil● Proprietário da marca: Bicicletas Caloi S.A.● Capital aberto: Não ● Presidente: Eduardo Musa● Faturamento: R$ 220 milhões (estimado)● Lucro: Não divulgado● Fábricas: 2● Presença global: 25 países● Presença no Brasil: Sim● Funcionários: 600● Segmento: Transporte● Principais produtos: Bicicletas● Ícones: O modelo Caloi 10● Slogan: Movimentando a vida.
● Website: www.caloi.com.br
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A marca no mundo

A marca CALOI está presente em mais de 20 países ao redor do mundo, com boa presença no competitivo mercado americano e no Mercosul. Em território nacional, a CALOI tem duas unidades fabris, uma em Manaus (AM) e outra em Atibaia (SP), que geram 600 empregos diretos e de 400 temporários, na alta estação. A marca é líder de mercado e responsável pela comercialização de mais de 700 mil bicicletas e 100 mil unidades de aparelhos para home fitness por ano.
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As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Veja, Exame, Época Negócios e Isto é Dinheiro), sites especializados em Marketing e Branding, e Wikipedia (informações devidamente checadas).

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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Pedais de encaixe

É  comum, logo nas primeiras experiências com pedais de encaixe que se sofra alguns tombos. Como evitar alguns acidentes:.


1 - Não saia pra pedalar sem antes memorizar bem o posicionamento do pedal, alterne encaixes com a bicicleta parada, pelo menos 3 sessões alternadas de 10 encaixes com cada sapatilha.

2 - Não use a regulagem de pressão muito apertada, isto dificulta uma retirada rápida em caso de desequilíbrio.

3 - As primeiras pedaladas com o equipamento devem acontecer em locais planos e sem muito movimento, isto pode evitar um acidente mais grave com outros veículos.

4 - Não saia nas primeiras pedaladas sozinho, tenha sempre alguem por perto para um possível socorro.

5 - De preferência a materiais inoxidáveis, como plástico, nylon, alumínio e se possível carbono.

6 - Sempre que possível em locais pouco movimentados treine a retirada e recolocação da sapatilha com a bike em movimento.

7 - Em caso de triatleta não tente logo de cara treinar com a sapatilha ja na bike, comece com ela nos pes e so com o tempo treine em ritmo de transição.

8 - No inicio tenha preferência por sapatilhas nao muito apertadas, isto facilita os movimentos e uma possível retirada rápida.

9 - Não use lubrificantes em excesso nos pedais, pois isto pode provocar o desengate inesperado na superfície oleosa do pedal.

10 - E mantenha seu equipamento limpo, manutenção e fundamental para evitar acidentes.

Fonte: Ciclista virtual

Cadência e sua eficiência


Para quem acompanha provas de ciclismo de estrada, observa-se que os ciclistas possuem diferentes ritmos de pedalada, ou cadência. Isto é ainda mais percebido durante etapas realizadas nas montanhas.

Mas o que representa a cadência ? Na realidade, ela reflete a eficiência mecânica de um ciclista, o que pode representar um custo energético baixo, sendo essencial para (principalmente) provas de longa duração.

Uma maior eficiência de pedalada elimina o problema de sobrecarga para os membros inferiores, evitando a perda desnecessária de energia e auxilia na proteção das fibras musculares, tendões e estruturas ligamentares.

Por exemplo, uma cadência de 90 rpm leva 34% menos de tempo que uma cadência de 60 rpm para completar um giro de 360°. Isso corresponde ao mesmo tempo que a musculatura envolvida durante a pedalada necessita para se contrair. A consequência é óbvia : sendo mais veloz a fase de contração muscular, o fluxo sanguíneo e o transporte de oxigênio aumentam devido à diminuição da pressão intramuscular, o que promove um fornecimento de energia maior.

Além disso, em termos de força, uma cadência maior exige muito menos potência muscular, o que diminui significativamente a sobrecarga nos músculos, tendões e ligamentos da região do quadril.

Uma cadência maior permite que se mantenha uma determinada potência sem que se aplique uma sobrecarga de força nos pedais. Por exemplo : para se gerar uma potência de 300 Watts, é necessário que o ciclista pedalando à uma cadência de 60 rpm aplique uma força relativa de quase 60 kg nos pedais ; mas se o mesmo ciclista aumenta sua cadência para 90 rpm, este consegue gerar os mesmos 300 Watts aplicando uma força relativa de 35 kg nos pedais (Coast & Welch, Eur. J. Appl. Physiol. 53 : 339-342, 1985).

A importância do treinamento de alta cadência também é de grande utilidade para a eliminação natural de algumas ineficiências mecânicas, pois pedalando de forma mais rápida, algumas dessas são exacerbadas, o que obriga ao corpo fazer pequenos ajustes naturais para eliminá-las, desde que não ocorram exageros na cadência (super-velocidade). Porém, esse tipo de treinamento requer tempo e suas adaptações surgem de forma lenta.

Estudos demonstram que uma cadência maior durante a pedalda é de extrema importância para ciclistas, mas é necessário que o atleta aprenda a pedalar comfortavelmente dessa forma e que encontre a relação de marchas mais adequada (no plano e nas subidas) para que possa tirar melhor proveito dessa técnica.
Treinando a cadência


É  recomendado que esse tipo de treinamento técnico seja inicialmente realizado duas vezes por semana, e apenas durante uma parte do treino. Assim, não haverá sobrecarga dos tendões, nervos e músculos, uma vez que ainda não estão preparados para receber uma carga de cadência muito alta. Por isso também é muito importante que no início se faça um a recuperação de pelo menos 48 horas entre estes treinos técnicos, para evitar lesões e também para que se tenha um bom desempenho. Aumente o treino das sessões a cada semana até que se torne algo natural e confortável. Não tenha pressa!
Aprendendo e melhorando a coordenação e a cadência da pedalada
1º - Conhecimento e conscientização do gesto;
2º - Exercícios com pedaladas conscientes;
3º - Pedalar com uma só perna (alternar);
4º - Pedalar com as duas pernas focando o giro dos joelhos;
5º - Busque a automatização do movimento.
Bons treinos e boa cadência!





Fonte : a3t.com.br/Site - Prólogo / Escrito por - Kim Cordeiro


Calibragem dos pneus


Muitos motoristas não se conformam em ver que um pneu de bicicleta suporta 80 libras enquanto o carro dele suporta apenas 30. Essa dúvida é muito comum também entre os próprios ciclistas, principalmente os iniciantes.
Não se pode confundir a pressão nos pneus com a quantidade de ar dentro dos pneus. Pressão é apenas a força normal exercida por unidade de área. Quando colocamos 80 libras em um pneu de bicicleta temos que lembrar que eles são bem mais flexíveis e não precisam sofrer grandes deformações, pois a distância entre o chão e o aro é pequena. Já os pneus de carro são feitos de um material muito mais rígido e possuem muito mais espaço para deformações.
A pressão recomendada vem especificada na lateral dos pneus, variando entre um limite inferior (para se evitar furos) e um limite superior (para evitar que o pneu estoure), mais ou menos da seguinte forma.
“recommended pressure: 35-65 P.S.I.” ou “keep inflated: 35-65 P.S.I.”
A unidade mais usada para medir a pressão é a libra-força por polegada quadrada (Lbf/pol2), ou em inglês, pound square inch (o famoso P.S.I.). Muitas pessoas costumam falar apenas libras, devido a complexidade do nome completo, mas é importante lembrar que é errado, pois libras na verdade é uma unidade de massa, assim como quilograma.
Alguns compresores indicam também outra unidade, o BAR, que equivale a 14,5 libras por polegada quadrada. Tome bastante cuidado para não confundir na hora de calibrar o pneu da sua bike.
A quantidade de pressão que se deve colocar no pneu varia. Quanto menos pressão usamos, menos rígido fica o pneu, proporcionando uma maior aderência ao solo, ideal para terrenos esburacados, escorregadios , com pedras e outros obstáculos.
Quanto maior a pressão, mas rígido fica o pneu, diminuindo o atrito com o solo, o que é ideal para terrenos de grande velocidade.

Exercícios para ciclistas


Atenção: As sugestões abaixo devem ser feitas com o acompanhamento de um Profissional de Educação Física .
Leg Press
Trabalha os quadríceps, principal grupo de músculos envolvido na pedalada. Há diferentes aparelhos para esta finalidade, inclusive pode ser feito agachamento com pesos, mas cuidado, pois agachamentos mal orientados pode acarretar lesões no joelho.
Mesa Flexora
Trabalha os músculos posteriores da coxa, usados na tração do pedal.
Mesa Adutora
Trabalha a musculatura adutora da coxa, recruta fibras para o estímulo vasco-medial, que é a musculatura mais utilizada no ciclo do pedal.
Desenvolvimento para panturrilha
Trabalha o músculo gastro-quinenio, que juntamente com os extensores do joelho e do quadril fazem a ativação muscular na fase onde se pressiona o pedal para baixo.
Mesa Extensora
Fortalece extensor do joelho, ativa maior potência durante o trabalho do ciclo do pedal e enfatiza o músculo quadríceps.
Mecanismo de posterior de tronco
Trabalha o quadrado lombar, melhorando a musculatura estabilizadora do tronco no ato de pedalar.
Roldana superior
Trabalha os membros superiores, em especial o tríceps braquial, que ajuda na estabilição dos membros superiores sobre o guidão.
Abdominal
Pode ser feito em aparelhos, pranchas, ou mesmo no chão. Abdômen enrijecido é essencial em qualquer desporto. Para ciclistas, vai atuar como estabilizador do ciclista sobre a bicicleta, juntamente com os músculos lombares das costas.

Lembre-se de alongar sempre antes e depois da musculação e hidrate-se sempre.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Primeira Trilha Para Iniciantes AMIGOS DO PEDAL

Foto: Keyce Jones

FOTO: KEYCE JONES








Primera trilha para iniciantes  AMIGOS DO PEDAL
DIA: 07 DE AGOSTO
CONCENTRAÇÃO 7 DA MANHÃ: SAIDA 7 E 30 DA MANHÃ. 
LOCAL: TARUMÃ (banho). Entrada próximo a barreira da ponte.
Aproxidamente 25 Km.
Materiais que sugerimos que você deverá levar:
Água ;
Barra de cereais;
Gel energético;
Kit manutenção (espátula, câmara, multi-chave, bomba de ar e algo mais que você achar necessário.
Observação: Para sua melhor comodidade, faça a revisão de sua bicicleta com antecedência e procure  mecânico de sua confiança, todos sejam bem vindos !!
Foto: Keyce Jones. Fev 2011






http://qicstudiografico.blogspot.com/2011/02/trilha-de-bike-no-taruma.html 
Imagens e informações da trilha do Tarumã: 

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Quarta é dia dos Amigos do Pedal



Quarta-feira é dia...dos Amigos do Pedal.


Local: Posto Atem na Avenida do Turismo. 
Concentração: a partir das 19:45 e saída às 20:30
Pedalada para aqueles iniciantes entenderem o funcionamento das suas bicicletas, para aqueles que pretendem melhorar seu condicionamento e acima de tudo rever

 amigos. 






Abdômem em Forma - Sérgio Aranha


Abdômem em Forma

Manter os músculos abdominais melhora seu desempenho sobre o pedal 

Os ciclistas, em sua maioria, estão preocupados em desenvolver uma maior velocidade e resistência sobre o pedal, muitas vezes, no entanto, não se utilizando dos métodos complementares disponíveis para elevar sua performance. Ter um abdômen tonificado, além de esteticamente agradável, altera – para melhor – o desempenho do atleta.Infelizmente, o ciclismo não é o esporte mais indicado para tonificar a região abdominal. Para isso, é necessário recorrer a algumas atividades complementares, como musculação direcionada e exercícios funcionais.

Tipos de exercícios: 
Leg Press: trabalha os quadríceps, principal grupo de músculos envolvido na pedalada. Há diferentes aparelhos para essa finalidade, inclusive pode ser feito agachamento com pesos, mas cuidado, agachamentos mal orientados podem acarretar lesões no joelho.

Abdominal: pode ser feito em aparelhos, pranchas ou mesmo no chão. Para ciclistas, ele vai trabalhar como estabilizador sobre a bike, juntamente com os músculos lombares das costas. 

Vantagens de um abdômen forte:
- Escalar em marchas mais pesadas;
- Aumento da potência transferida para seus braços e pernas; 
- Sprint mais rápido ;
- Maior resistência, já que haverá maior sustentação e postura corporal.



Observações:
  No Leg press, com os pés apoiados na parte mais de cima da plataforma, trabalhamos a parte ãntero posterior  das coxas, com os pés apoiados na parte mais de baixo, trabalhamos a parte superior (frontal) das coxas, e com os pés no centro, mais aberto (em forma de 'V'), trabalhamos  a região interna (adutores)  das coxas. :)
    

História da Bicicleta #3

 Bicicleta de segurança
Passadas décadas do surgimento dos veículos de duas rodas e propulsão humana a imagem deixada pelos biciclos na maioria da população era de insegurança. Na última década do século XIX começa o declínio dos biciclos de roda grande e o fortalecimento das bicicletas de segurança. 

O outro ponto importante para seu sucesso é a simplificação dos processos de produção, portanto diminuição de preço final. As rodas de uma bicicleta de segurança são ambas do mesmo tamanho. Fabricar e montar uma roda é sempre um processo trabalhoso e demorado e a padronização de tamanho facilita muito não só na produção da roda em si, mas em todo o processo de construção porque uniformiza também o tamanho dos tubos usados para garfo e quadro.
Tudo isto transforma a bicicleta em um modo de transporte simples, eficiente, mais seguro, confortável e barato que o biciclo. O transforma em um transporte de massa. A bicicleta é levada a todas as partes do mundo com aceitação que varia de local para local, mas no geral se populariza.

 Pneus com câmara de ar: conforto e segurança
A questão do conforto ainda era pendente. Com a diminuição do diâmetro das rodas a sensibilidade da bicicleta para irregularidades e buracos aumentou, e junto o desconforto do ciclista. Tentou-se de tudo para melhorar o conforto, de sistemas de molas no selim, rodas com dois aros concêntricos e molas, garfos com suspensão e até mesmo quadros completamente articulados.
Mas é em 1888 que um inglês, John Boyd Dunlop patenteou o pneu com câmara de ar. Primeiro fora testadas em competições com total sucesso, para depois ser colocadas a venda. Pouco depois, em 1891, Edouard Michelin, Francês, aparece nas competições com seus pneus sem câmara de ar.
O domínio na tecnologia na transmissão por corrente também fez grande diferença porque esta cria um efeito elástico que diminui trancos nos pés e joelhos do ciclista. A bicicleta passaria a ser mais suave de conduzir.
Todas estes melhoramentos tecnológicos derrubaram em parte a visão de dificuldade de condução, insegurança e incomodo que foi formada nos tempos do biciclo e das primeiras bicicletas, o que fez com as novas bicicletas se popularizassem.
BMX
Schwinn Sting-Ray


O surgimento do BMX, que vai aos poucos se estabelecendo nos Estados Unidos num longo processo desde o lançamento da Schwinn Sting-Ray em 1963, um modelo aro 20' com banco tipo banana e guidão alto, que lembra uma Harley Davidson modificada. Em 1973 a Yamaha lança da Moto-Bike, também aro 20', mas com suspensão dianteira e traseira, e enfeites como um tanque de combustível falso e outros. Os meninos já tinham há muito a prática de "limpar" a bicicleta para usá-la em competições.
Em 1974 surge a primeira publicação especializada e a partir de então o esporte BMX decola dentro e fora dos Estados Unidos. Em pouco tempo se tornará um fenômeno, uma escola muito popular do que há de melhor das técnicas de pilotagem de uma bicicleta. O interessante deste esporte é que sempre esteve ligado à família porque suas competições são direcionadas às crianças e adolescentes que normalmente têm em seus pais os incentivadores, mecânicos, acompanhantes e torcedores. Neste sentido o BMX abre um novo caminho para o uso da bicicleta como esporte e lazer. Ciclismo profissional, que até então era a referência, é praticado por um círculo restrito de apaixonados e fanáticos, fechado dentro de sua própria realidade técnica, quando não bruta. Até a própria bicicleta de estrada estava ao alcance de bem poucos. Para se ter idéia os pneus eram colados ao aro e para concertar um simples furo era necessário descolar o pneu, descosturá-lo, remendar o furo, costurá-lo, para finalmente colar de novo o pneu no aro. A bicicleta para o BMX era e segue sendo um modelo muito básico, de simples manuseio. E entre as crianças tudo era festa.

Triathlon
Não se pode deixar de dar algumas linhas para o surgimento do triathlon, também na década de 70. É uma modalidade esportiva em cuja prova o participante primeiro nada, depois pedala e termina a prova correndo a pé. Seu público é limitado pelo fato que o treinamento necessário requer a disponibidade de muitas horas de treinamento, local e equipamento apropriado, o que custa caro. Mas foi exatamente por seu público praticante, geralmente gente de boa condição social, que uma série de tecnologias novas acabaram sendo introduzidas no mercado.
Sem dúvida, estava aberta a porta para o que viria a ser o fenômeno mountain bike.

A nova revolução: qualidade e precisão
Os japoneses, que desde os primórdios da bicicleta tinham indústrias de alta qualidade, perceberam que o mercado internacional, principalmente o americano, poderia ser bom negócio se fossem apresentados novos produtos que tivessem qualidade, precisão, desenho refinado e tecnologia revolucionária que diminuísse sensivelmente a diferença entre o produto profissional e amador; e que fossem vendidos de forma de inteligente e agressiva. Deu certo e surgem Suntour, Shimano, Tange, Araya, só para citar os maiores.
Foi usada uma lógica simples, mas muito inteligente: a bicicleta passaria a receber o mesmo tratamento industrial e comercial de quem faz sucesso, o automóvel. O resultado não tardou aparecer. A pesquisa da Schwinn estava absolutamente correta.
Stumpjumper 2011
Empresários americanos também perceberam o momento. Desenvolvem novos produtos e fazem contatos com industrias japonesas para fabricá-los, de forma a baratear custos. Mike Sinyard cria a Specialized Bicycles Components, que inicia as operações fabricando pneus para bicicleta de estrada e alguns assessórios, mas que faz história quando passa a fabricar em escala uma bicicleta para uso em qualquer situação ou terreno, a Stumpjumper.

A brincadeira de um grupo pequeno de californianos residentes próximo a São Francisco deixa de ser simplesmente descer as montanhas próximas, para ganhar tecnologia e vida própria. A bicicleta deixa de ser improvisada, limitada e frágil para se transformar em uma máquina robusta, precisa, leve e com uma tecnologia excitante. Em pouco tempo o nome "mountain bike" se torna popular e acaba ultrapassando os limites do esporte e lazer para também se transformar em ótima opção de transporte urbano. Confiável e confortável permite que o ciclista faça o que gostaria de ter feito quando criança. Até mesmo o fato de ter um preço bem mais alto que as de supermercado se transforma em atrativo.
Juntou-se a saudável "insanidade" americana com a qualidade japonesa e a bicicleta estava salva da "extinção". Os europeus gritaram por algum tempo que as horas deveriam ser creditadas ao ciclocross, modalidade que mistura ciclismo, barro e cross-country a pé, mas a verdade o mountain bike derruba nichos de esporte e mercado até então impensáveis. Parafraseando a famosa série de TV "Star Trek" pode-se dizer que o mountain bike acaba "indo audaciosamente onde nenhum homem jamais esteve (com uma bicicleta)"
A venda das bicicletas cresce e em 1986 tem um salto com um aumento de 80%, sendo que destas 35% são mountain bikes. Já em 1989 foram vendidas 7.5 milhões de bicicletas somente nos Estados Unidos. Na Europa, tradicional e com larga história no uso de bicicletas, o mercado que em 1976 era de 2.3 milhões, passa a 4.5 milhões em 1990. Se o mountain bike não é um atrativo especial para os europeus, pelo menos todas as suas melhorias ajuda muito a impulsionar a venda de outros tipos de bicicleta.
E aí é interessante fazer uma comparação entre dois momentos da história. Se na virada do século XIX para o XX é inventado praticamente tudo o que conhecemos na bicicleta de hoje, na virada para o século XXI há introdução no setor bicicletas de tecnologias de ponta, desde a criação de materiais novos para sua construção até o repensar da ergonomia para cada uso específico. Na primeira metade dos anos 90 o uso de programas de computação permite que o peso seja reduzido, chegando a 30% em alguns modelos de competição, isto sem perda de resistência ou durabilidade. A melhoria na qualidade do rodar de uma bicicleta de última geração para modelos fabricados na década de 80 é impressionante.

Mountain bike - um aparte
Schwinn Excelcior
O mountain bike começa a aparecer no final dos anos 70, em Fairfax, norte da California, próximo a São Francisco e vizinho à Marin County. Lá o ciclista Gary Fisher e Charles Kelly, junto com Joe Breeze e um punhado de "garotos" que só queriam usar a bicicleta para se divertir. E nada melhor que descer uma montanha técnica como o Mt. Tamalpais. Com o tempo a brincadeira se transformou em competição. A bicicleta normalmente usada era a Schwinn Excelcior, a mais resistente das "balloners" (bicicleta com pneus bem grossos - 3.2 polegadas), mas pesava 30 libras (22.6 kg). 
Com todo este peso era praticamente impossível subir a montanha pedalando. As bicicletas tinham que ser colocadas levadas para o topo da montanha em caminhão. Aos poucos foram sendo modificadas, primeiro com a adaptação de um sistema de freio a tambor e mais tarde com uma relação de marchas para permitir subir pedalando. Não tardou muito para que os primeiros quadros fossem especialmente desenhados e construídos para o esporte.
As descidas no monte Tamalpais foram proibidas em 1984. A trilha foi inutilizada com obstáculos para ter recuperação ambiental.
A partir de 1986 começam as competições oficiais nos Estados Unidos. Sob as regras da NORBA, que dividia os participantes em várias categorias para premiar o máximo possível, o esporte explode. O primeiro campeão é Steve Tilford, campeão no ciclocross. Mais para frente entrará a geração vinda do BMX e então as técnicas de condução foram se mesclando e refinando. Os europeus torceram o nariz para este esporte americano por um bom tempo.
Na mesma época houve uma explosão de usuários urbanos descobrindo que pedalar uma mountain bike no asfalto era muito agradável. Surgem várias publicações especializadas, algumas voltadas para competição, outras para lazer e uso urbano. O interessante é que no geral as publicações americanas têm uma preocupação muito grande não só em informar o leitor, mas em formar os novos ciclistas. É transmitida uma sólida base de princípios que visavam sedimentar o futuro da bicicleta - e de seu mercado. Não tarda muito e aparecem grandes feiras e eventos.
No início dos anos 90 começa ocorrer a segunda revolução que o mountain bike traria: a utilização de tecnologia de ponta para melhorar o desempenho da bicicleta. Como o mercado era grande e com uma parcela boa suficiente para justificar gastos em pesquisa e experiências tecnologias até então impensáveis acabam sendo introduzidas no mercado.
O mountain bike tem o mérito de realizar uma grande mudança no pensar a bicicleta como um todo. Muda praticamente tudo, do projeto do quadro e garfo, peças e acessórios; a visão e utilização da própria bicicleta, e finalmente a forma de aproveitamento social deste veículo secular. Com o mountain bike a bicicleta dobra uma encruzilhada da história e traz de volta as duas rodas para o pesado jogo dos transportes.